Com a Selic em patamares elevados, a tentação da renda fixa é compreensível. Retornos previsíveis, segurança e liquidez imediata formam um combo sedutor. Mas será que essa zona de conforto não está custando caro demais para quem pensa em longo prazo?
Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil, provoca essa reflexão em artigo recente para a EXAME: ciclos conservadores não são apenas momentos de cautela são janelas estratégicas no ecossistema de inovação.
O Paradoxo do Momento Difícil
Quando o dinheiro fica caro, algo interessante acontece no universo das startups:
Avaliações realistas voltam à cena. O rigor financeiro deixa de ser opcional. Startups precisam provar tração real, unit economics saudáveis e caminhos concretos para rentabilidade. Acabou-se o tempo das promessas infladas.
A seleção natural acelera. Apenas negócios verdadeiramente sólidos — com equipes excepcionais e propostas de valor reais sobrevivem. Para o investidor atento, isso significa um campo de prospecção naturalmente filtrado.
A Lógica dos Ciclos
Quem entende movimentos econômicos sabe: os melhores negócios frequentemente nascem ou se fortalecem em momentos adversos. Investir quando todos recuam significa:
- Comprar qualidade a preços mais justos
- Posicionar-se antes da virada do ciclo
- Capturar retornos exponenciais quando o mercado reaquecer
A renda fixa oferece previsibilidade hoje. Investimentos em inovação oferecem potencial de transformação amanhã. Para portfólios de longo prazo, a pergunta não é "um ou outro", mas "quanto de cada?"
E Você?
Quanto peso a Selic realmente deveria ter nas suas decisões de alocação em inovação? O risco de não agir pode ser maior que o risco de investir estrategicamente.